Os Dez Mandamentos
Os Dez Mandamentos: O Decálogo
Deus nos ajuda de muitas maneiras diferentes a viver uma vida moral. Ele nos dá a graça, que desperta em nós o desejo de dizer não à tentação e ao pecado e de escolher apenas o que é bom. Deus nos dá ajuda e graça por meio da Igreja e da recepção dos Sacramentos. Ele nos dá a graça de praticar as virtudes humanas para que possamos nos fortalecer nelas. Ele também nos ensina como devemos viver. Uma maneira de fazer isso é nos dando leis para guiar nossas ações.
A Lei de Moisés, também chamada de Antiga Lei, foi o primeiro estágio da Revelação de Deus a nós sobre como viver como pessoas criadas à Sua imagem. A Antiga Lei está resumida nos Dez Mandamentos que Deus revelou a Moisés no Monte Sinai (ver Êxodo 20:1-17). As Dez Leis também são chamadas de Decálogo. Os Dez Mandamentos são uma expressão especial da lei natural, deixando perfeitamente claro, por meio da Revelação de Deus, o que Ele já havia colocado no coração humano.
Seguir a orientação que Deus nos dá nos Mandamentos nos ajudará a saber como servir a Deus e como devemos viver uns com os outros. Também nos ajuda a nos abrir à graça do Espírito Santo e ao que Deus pode realizar em nós e por meio de nós por meio dessa graça. - Catecismo Católico dos Estados Unidos para Adultos
O Primeiro Mandamento: Creia no Deus Verdadeiro
"Eu sou o Senhor teu Deus...Não terás outros deuses além de mim." Êxodo 20:2-3
O Primeiro Mandamento nos convoca a ter fé no Deus verdadeiro, a esperar nele e a amá-lo plenamente, de mente, coração e vontade. Respondemos a Deus, que nos criou e redimiu, e que nos estende seu cuidado providencial a cada minuto de cada dia. O Primeiro Mandamento promove a virtude da religião, que nos move a adorar somente a Deus, porque somente Ele é santo e digno do nosso louvor.
O Segundo Mandamento: Reverenciar o Nome de Deus
“Não invocarás o nome do Senhor teu Deus em vão.” Êxodo 20:7
O Segundo Mandamento nos convoca à virtude da reverência a Deus, que nos treina a reconhecer e a preservar a diferença entre o Criador e a criatura. O respeito pelo nome de Deus nos impede de reduzi-lo a um mero fato, ou mesmo a algo que podemos controlar ou manipular.
Ao mesmo tempo, um Deus gracioso deseja ser íntimo de nós, encarnando-se em Jesus Cristo e habitando em nós por meio do Espírito Santo. No Evangelho de João, Jesus aplica a si mesmo a expressão "Eu Sou" (João 8:58), identificando-se assim com Deus. Ele se distingue de seu Pai e do Espírito Santo, que enviará ao mundo após sua Ressurreição. Essa foi uma das maneiras pelas quais Jesus nos abriu para a compreensão de Deus como Trindade.
O Terceiro Mandamento: Amar o Dia do Senhor
“Lembra-te do dia de sábado, para o santificar.” Êxodo 20:8
Êxodo 20:8-11 afirma que o sábado era o sétimo dia em que o Senhor descansava após o trabalho dos seis dias anteriores.
Deuteronômio 5:12 acrescenta que o sábado é um dia de renovação da nossa aliança com Deus. O sábado está conectado à criação e à aliança.
O Terceiro Mandamento nos convoca a santificar o dia de sábado. Para os cristãos, a observância do sábado é transferida para o domingo, o dia em que Jesus ressuscitou dos mortos. Deus, por meio da Igreja, nos obriga a santificar o domingo pela participação na Eucaristia e pela reflexão orante o mais intensa possível. A observância do domingo cumpre a lei interior inscrita no coração humano de prestar a Deus um culto visível e público como sinal de dependência radical de Deus e como gratidão por todas as bênçãos que recebemos.
Quarto Mandamento: Fortaleça Sua Família
“Honra teu pai e tua mãe, para que tenhas vida longa na terra que o Senhor teu Deus te deu.” Êxodo 20:12
O Quarto Mandamento trata de todos os aspectos da vida familiar; deveres e responsabilidades parentais e filiais, isto é, aqueles de amor por parte dos filhos ou pais. Isso inclui os deveres dos filhos para com seus pais, os deveres dos irmãos e irmãs uns para com os outros e as responsabilidades dos filhos adultos para com seus pais mais velhos.
A família católica forma um ambiente no qual a fé é professada e testemunhada. Quando os membros da família rezam juntos, se envolvem em aprendizados ao longo da vida, perdoam uns aos outros, servem uns aos outros, acolhem os outros, afirmam e celebram a vida e trazem justiça e misericórdia à comunidade, eles se ajudam mutuamente a viver a fé e a crescer na fé.
O Quinto Mandamento: Promover a Cultura da Vida
"Não matarás." Êxodo 20:13
O Quinto Mandamento nos convoca a promover o bem-estar físico, espiritual, emocional e social de nós mesmos e dos outros. Por essa razão, proíbe o assassinato, o aborto, a eutanásia e quaisquer atos que ameacem a vida. Somos chamados a criar a cultura da vida e a lutar contra a cultura da morte.
O Sexto Mandamento: Infidelidade Conjugal
“Não adulterarás.” Êxodo 20:14
O Sexto Mandamento convoca os cônjuges a praticarem a fidelidade permanente e exclusiva um ao outro. A fidelidade emocional e sexual são essenciais para o compromisso assumido na aliança matrimonial. Deus estabeleceu o casamento como um reflexo de sua fidelidade a nós. Os votos feitos pelos cônjuges em seu casamento, de fidelidade eterna um ao outro, devem testemunhar a própria aliança que Deus fez conosco.
O Sétimo Mandamento: Não Roube, Aja com Justiça
"Não furtarás." Êxodo 20:15
O Sétimo Mandamento proíbe furtar ou roubar, que envolve tomar o dinheiro ou propriedade de alguém contra a vontade do proprietário. Furto inclui não apenas roubo, mas também atos como apropriação indébita, furto de computador, dinheiro falsificado, fraude, roubo de identidade e violações de direitos autorais. Não devemos roubar uns dos outros, pagar salários injustos, trapacear nos negócios ou explorar as fraquezas das pessoas para ganhar dinheiro. Promessas devem ser cumpridas e contratos honrados na medida em que as questões sejam moralmente justas.
Para cumprir este Mandamento, precisamos adquirir as virtudes da moderação em nossos bens, da justiça no tratamento ao próximo, do respeito pela sua dignidade humana e da solidariedade com todos os povos. A moderação refreia nosso apego aos bens materiais e reprime nosso apetite consumista. A justiça nos ajuda a respeitar os direitos do próximo e a nos interessar por seu bem-estar humano. A solidariedade abre nossos corações à identificação com toda a família humana, lembrando-nos de nossa humanidade comum.
Oitavo Mandamento: Diga a Verdade
Não dirás falso testemunho contra o teu próximo." Êxodo 20:16
A Bíblia ensina que Deus é a fonte da verdade. Jesus não apenas ensinou a verdade; ele também disse: "Eu sou a verdade" (João 14:6). A palavra hebraica para verdade, emeth, refere-se tanto à verdade em palavras quanto à veracidade em ações. Jesus personalizou a verdade e não disse nada além da verdade.
As pessoas pecam contra a verdade quando são culpadas de arruinar a reputação de outra pessoa ao contar mentiras, quando praticam julgamentos precipitados ou quando se envolvem em difamação (a denúncia injusta das falhas de alguém), perjúrio (mentir sob juramento) ou calúnia (contar mentiras sobre outra pessoa).
As Escrituras são claras sobre o mal da mentira. No Sermão da Montanha, Jesus disse: "Que o vosso 'sim' signifique 'sim' e o vosso 'não' signifique 'não'. O que passar disso vem do Maligno." (Mateus 5:37). Isso nos lembra não apenas que precisamos ser verdadeiros, mas também que a hipocrisia, dizer uma coisa e fazer o oposto, é um pecado contra a verdade.
O Nono Mandamento: Pratique a Pureza do Coração
"Não cobiçarás a mulher do teu próximo."
Êxodo 20:17
Experimentamos tensões entre desejos espirituais e físicos. Essa luta faz parte da herança do pecado. Isso não significa que devamos desprezar o corpo e as emoções que, juntamente com a alma, constituem a nossa natureza. Faz-nos perceber que enfrentaremos uma luta espiritual diária para adquirir virtudes que nos ajudem a obedecer à ação salvadora do Espírito Santo e a superar os vícios que nos levam a resistir a Ele.
A graça do Batismo nos purifica dos pecados, mas permanece uma certa tendência ao pecado. Devemos lutar contra os desejos desordenados praticando a pureza da mente, do coração e do corpo com vigilância diária. Para isso, precisamos examinar nossas motivações, bem como nossas ações, para que busquemos sempre a vontade de Deus. Isso nos levará a disciplinar nossos sentimentos e imaginação.
O Décimo Mandamento: Abrace a Pobreza de Espírito
"Não cobiçarás a casa do teu próximo...nem coisa alguma que pertença ao teu próximo." Êxodo 20:17
Quando Jesus iniciou o Sermão da Montanha (Mateus 5:1-12), proclamou as oito Bem-Aventuranças como os caminhos para a felicidade autêntica. A primeira delas afirmava que a pobreza de espírito nos permitiria herdar o Reino de Deus. Em outras palavras, o primeiro passo no caminho para a alegria começa com um desapego saudável dos bens materiais. Mais adiante no sermão, Jesus ensinou que acumular riqueza por si só é tolice. Deveríamos nos interessar mais pelas riquezas espirituais.
Os escândalos financeiros que ocorrem periodicamente em nossa cultura nos lembram que a ganância é uma ameaça constante ao comportamento moral. Isso leva muitos a concluir que o dinheiro é a raiz de todos os males. Mas, na verdade, "o amor ao dinheiro é a raiz de todos os males" (1 Timóteo 6:10). No estudo do Sétimo Mandamento, lidamos com os atos visíveis de roubo e injustiça. O Décimo Mandamento analisa as atitudes interiores de ganância e inveja que nos levam a roubar e agir injustamente.
Do lado positivo, o Décimo Mandamento nos convoca a praticar a pobreza de espírito e a generosidade de coração. Essas virtudes nos libertam da escravidão do dinheiro e das posses. Elas nos permitem ter um amor preferencial pelos pobres e ser testemunhas de justiça e paz no mundo. Elas também nos permitem adotar uma simplicidade de vida que nos liberta do consumismo e nos ajuda a preservar a criação de Deus.