Reconciliação

Então Jesus disse: "Nem eu te condeno. Vai-te, e não peques mais." (João 8:11)

Por que o Sacramento da Reconciliação é necessário?

O Sacramento da Penitência e Reconciliação, ou simplesmente Confissão, foi instituído por Cristo para o perdão dos pecados cometidos após o Batismo. O Batismo nos purifica de todo pecado, mas a inclinação ao pecado, ou concupiscência, permanece parte da condição humana. Cristo instituiu o Sacramento da Reconciliação como um meio de receber o perdão e a cura de Deus pelos pecados cometidos após o Batismo. (Cf. CIC 986, 1423, 1486)

"Eu lhes digo: se vocês não se arrependerem, todos vocês perecerão como eles pereceram!"

Lucas 13:3



"Na tarde daquele dia, o primeiro dia da semana", Jesus apareceu aos seus apóstolos. "E soprou sobre eles, e disse-lhes: 'Recebam o Espírito Santo. Àqueles a quem perdoarem os pecados, ser-lhes-ão perdoados; àqueles a quem os retiverem, ser-lhes-ão retidos.'" João 20:19, 22-23

Cristo confiou este ministério aos Apóstolos (cf. João 20,23), e este poder é transmitido através do Sacramento da Ordem. Através do Sacramento da Penitência, Deus reconcilia o penitente consigo mesmo e com a sua Igreja e restaura a sua amizade, depois de esta ter sido rompida pelo pecado mortal ou ferida pelo pecado venial. (Cf. CIC 976, 1446)

Para receber o perdão de Deus, o penitente deve ter contrição pelos seus pecados. Quando uma pessoa se arrepende dos pecados por amor a Deus, chama-se contrição perfeita; quando o arrependimento surge do medo do Inferno ou do castigo, chama-se contrição imperfeita. Tanto a contrição perfeita quanto a imperfeita são suficientes para o perdão divino. (Cf. CIC 1440, 1451-1454) A forma do Sacramento mudou ao longo dos séculos, mas seus elementos essenciais — confissão de culpa, contrição, absolvição e penitência — permaneceram. No Rito da Penitência, o penitente confessa em voz alta a um bispo ou sacerdote, que concede a absolvição e prescreve uma penitência ou restituição. (Cf. CIC 1447, 1450, 1460, 1491, 1494) Além de perdoar os pecados, o Sacramento da Penitência restitui a graça santificante perdida pelo pecado mortal, remite a pena eterna e parte da pena temporal devida ao pecado, concede graças atuais para evitar o pecado no futuro, reconcilia o penitente com a Igreja e proporciona paz de consciência e consolação espiritual. (Cf. CIC 980, 1422, 1468-1471, 1496) Embora a Igreja exija que os católicos confessem todos os pecados mortais pelo menos uma vez por ano, é melhor confessar qualquer pecado mortal o mais cedo possível. A Igreja recomenda a confissão frequente, mesmo dos pecados veniais, como forma de ajudar a combater as tendências pecaminosas. (Cf. CIC 1456-1458)


O Catecismo da Igreja Católica aborda essa questão, parágrafo 1434.

-A Bíblia Didaquê

Como se chama este sacramento?


É chamado de Sacramento da Conversão porque torna sacramentalmente presente o chamado de Jesus à conversão, o primeiro passo para retornar ao Pai de quem nos afastamos pelo pecado. É chamado de Sacramento da Penitência, pois consagra os passos pessoais e eclesiais do pecador cristão em direção à conversão, penitência e satisfação.


É chamado de Sacramento da Confissão, pois a revelação ou confissão dos pecados a um sacerdote é um elemento essencial deste sacramento. Em um sentido profundo, é também uma "confissão" — reconhecimento e louvor — da santidade de Deus e de sua misericórdia para com o homem pecador. É chamado de Sacramento do Perdão, pois, pela absolvição sacramental do sacerdote, Deus concede ao penitente "perdão e paz". É chamado de Sacramento da Reconciliação, porque transmite ao pecador o amor de Deus que reconcilia: "Reconcilia-te com Deus". Aquele que vive pelo amor misericordioso de Deus está pronto para responder ao chamado do Senhor: "Ide; reconciliai-vos primeiro com vosso irmão". - Catecismo Católico dos Estados Unidos para Adultos

Jesus perdoou pecados

Os Evangelhos fornecem inúmeros exemplos da missão de Cristo de perdoar pecados.

 

  • Quando um paralítico foi baixado pelo telhado de uma casa e colocado a seus pés, Cristo primeiro perdoou os pecados do homem e depois curou sua enfermidade (cf. Lucas 5:17-26).


  • Quando uma mulher pecadora se ajoelhou aos seus pés na casa de Simão, o fariseu, Jesus perdoou seus pecados porque ela “amou muito”, ao contrário do fariseu, que tinha pouca noção de sua própria pecaminosidade (cf. Lucas 7:36-50).

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  • A parábola do filho pródigo de Cristo ilustra o significado sublime de seu ministério terreno, que é perdoar pecados, reconciliar as pessoas com Deus e nos conduzir à verdadeira felicidade (cf. Lucas 15:11-32).


  • Jesus morreu na cruz e ressuscitou dos mortos para reconciliar os pecadores com Deus, através do perdão dos pecados e do dom da vida nova com o Deus Trino. Mesmo na cruz, ele perdoou aqueles que o estavam matando e teve misericórdia do ladrão arrependido.

-Catecismo Católico dos Estados Unidos para Adultos

O Perdão dos Pecados

O Senhor Jesus Cristo, médico de nossas almas e de nossos corpos... quis que sua Igreja continuasse, no poder do Espírito Santo, sua obra de cura e salvação. - Catecismo da Igreja Católica, n. 1421. Devido à fraqueza humana, a nova vida em Cristo, que recebemos nos Sacramentos da Iniciação Cristã, é frequentemente ameaçada pelo pecado. Além disso, todos nós enfrentamos a doença e a morte. Deus constantemente nos procura para nos reconciliarmos com Ele. Por meio dos dons da Igreja, Jesus, nosso divino médico, nos deu os Sacramentos da Cura — Penitência e Reconciliação e Unção dos Enfermos — para o perdão dos pecados e o ministério aos doentes e moribundos. Os pecados cometidos após o Batismo são perdoados no Sacramento da Penitência e Reconciliação. - Catecismo Católico dos Estados Unidos para Adultos

Quem é o ministro deste sacramento?

Só Deus pode perdoar os nossos pecados. Mas Jesus quis que a Igreja fosse o seu instrumento de perdão na Terra. Na noite de Páscoa, o Cristo Ressuscitado concedeu aos seus Apóstolos o seu próprio poder para perdoar pecados. Ele soprou sobre eles, concedendo-lhes o prometido Espírito Santo, e disse: “A paz esteja convosco”. Jesus estava, na verdade, preenchendo-os com uma paz que se fundamenta na amizade com Deus. Mas ele fez mais. Partilhou com eles a sua própria missão misericordiosa. Soprou sobre eles uma segunda vez e disse:

Assim como o Pai me enviou, eu os envio... Recebam o Espírito Santo. Àqueles a quem perdoardes os pecados, serão perdoados; àqueles a quem os retiverdes, serão retidos.

(João 20:21-23)

Naquela noite, Jesus confiou à Igreja o ministério da remissão dos pecados por meio dos Apóstolos (cf. Catecismo da Igreja Católica, n. 1461). Pelo Sacramento da Ordem, bispos e sacerdotes continuam este ministério de perdoar pecados “em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo”. Neste Sacramento, o sacerdote age na pessoa de Cristo, Cabeça da Igreja, para reconciliar o pecador com Deus e com a Igreja. “Ao celebrar o Sacramento da Penitência, o sacerdote cumpre o ministério do Bom Pastor que busca a ovelha perdida... O sacerdote é o sinal e o instrumento do amor misericordioso de Deus para com o pecador.” (Catecismo da Igreja Católica, n. 1465)


-Catecismo Católico dos Estados Unidos para Adultos

O que é o sigilo da Confissão?


Dada a delicadeza e a grandeza deste ministério e o respeito devido às pessoas, a Igreja declara que todo sacerdote que ouve confissões está obrigado, sob penas muito severas, a guardar absoluto sigilo quanto aos pecados que os penitentes lhe confessaram. Ele não pode usar de nenhum conhecimento que a confissão lhe dê sobre a vida dos penitentes. Este segredo, que não admite exceções, chama-se "sigilo sacramental", porque o que o penitente revelou ao sacerdote permanece "selado" pelo sacramento. - Catecismo da Igreja Católica, n. 1467

O Sacramento da Penitência envolve

  • Uma conversão de nossos corações a Deus,
  • Confissão de pecados a um sacerdote,
  • O perdão dos nossos pecados,
  • uma penitência para reparar o pecado
  • Uma reconciliação com Deus e com a Igreja.


Para aqueles que cometem pecado mortal após o Batismo, este Sacramento é necessário para a reconciliação com Deus e o Corpo Místico de Cristo.

Conversão do Coração


O Sacramento da Penitência deve ser visto no contexto da conversão do pecado e da volta para Deus. Pedro chorou amargamente por sua tríplice negação de Cristo, mas recebeu a graça da conversão e a expressou com uma tríplice confissão de amor a Jesus (cf. Lc 22,54-62; Jo 21,15-19). Paulo se converteu de perseguidor de cristãos a um dos maiores discípulos de Cristo que já existiram (cf. At 9,1-31). Esses momentos de conversão foram apenas o início de seu compromisso vitalício de viver em fidelidade ao Evangelho de Jesus Cristo. O pecado prejudica nosso relacionamento com Deus e danifica nossa comunhão com a Igreja. A conversão do coração é o início de nossa jornada de volta a Deus. Liturgicamente, isso acontece no Sacramento da Penitência. Na história da Igreja, este Sacramento foi celebrado de diferentes maneiras. Por trás das mudanças, sempre houve dois elementos essenciais: os atos do penitente e os atos de Cristo por meio do ministério da Igreja. Ambos caminham juntos. A conversão exige uma mudança de coração, bem como uma mudança de ações. Nenhuma das duas é possível sem a graça de Deus.

O que acontece durante o Sacramento da Penitência?


Na Liturgia da Penitência, os elementos são normalmente estes: uma saudação e bênção do sacerdote, uma leitura das Escrituras, a confissão dos pecados, a oferta e aceitação de uma penitência, um ato de contrição, a absolvição do sacerdote, uma proclamação de louvor a Deus e a despedida.


Apresentamos aqui uma descrição dos atos do penitente e do sacerdote: Contrição, Confissão, Absolvição.

Contrição

Para sermos perdoados, precisamos sentir arrependimento pelos nossos pecados. Isso significa afastar-se do mal e voltar-se para Deus. Inclui a determinação de evitar tais pecados no futuro. Tais pecados podem ser mortais ou veniais. A contrição que nasce do amor a Deus acima de tudo é chamada de “contrição perfeita”. Esse arrependimento amoroso remite os pecados veniais e até mesmo os mortais, desde que nos comprometamos a confessá-los o mais breve possível. Quando outros motivos, como a feiura do pecado ou o medo da condenação, nos levam à confissão, isso é chamado de “contrição imperfeita”, que é suficiente para o perdão no Sacramento. O Espírito Santo nos move em ambos os casos e inicia a conversão.


Confissão

A confissão nos liberta dos pecados que afligem nossos corações e possibilita a reconciliação com Deus e com o próximo. Somos convidados a olhar para dentro de nossas almas e, com um olhar honesto e sincero, identificar nossos pecados. Isso abre nossas mentes e corações para Deus, nos conduz à comunhão com a Igreja e nos oferece um novo futuro. Na confissão, ao nomearmos nossos pecados diante do sacerdote, que representa Cristo, encaramos nossas falhas com mais honestidade e assumimos a responsabilidade por nossos pecados. É também na confissão que o sacerdote e o penitente podem trabalhar juntos para encontrar a direção necessária para que o penitente cresça espiritualmente e evite o pecado no futuro (cf. Catecismo da Igreja Católica, n. 1455, 1456).

Após examinarmos nossa consciência e assumirmos a responsabilidade por nossos pecados, devemos confessá-los ao sacerdote. Devemos confessar todos os nossos pecados mortais, em espécie e número. A Igreja recomenda fortemente a confissão dos pecados veniais, embora isso não seja estritamente necessário.



Absolvição

Após confessarmos nossos pecados ao sacerdote, recebemos dele encorajamento para o nosso crescimento moral e espiritual. Em seguida, o sacerdote nos impõe uma penitência e nos pede que façamos um Ato de Contrição. Depois, ele nos concede a absolvição, ou seja, nos liberta dos nossos pecados, usando o poder que Cristo confiou à Igreja e pelo qual Ele perdoa os pecados do penitente (cf. Catecismo da Igreja Católica, n. 1424).


Satisfação

A absolvição remove o pecado, mas não remedia todos os danos que ele causou (CIC, n. 1459). É evidente que precisamos reparar certos danos causados pelos nossos pecados, como restaurar a reputação de alguém que prejudicamos, devolver o dinheiro que roubamos ou corrigir uma injustiça. O pecado também enfraquece a nossa relação com Deus e com os outros. A nossa vida interior é prejudicada pelo pecado e precisa de restauração. Esta é a razão dos atos de penitência e expiação dos pecados. A penitência dada pelo sacerdote ajuda-nos a começar a fazer a expiação dos nossos pecados. Assim como quando estamos fisicamente fora de forma, precisamos de fazer exercício, também quando a alma está moralmente debilitada, surge o desafio de adotar exercícios espirituais que a restaurem. Obviamente, isto é sempre feito em cooperação com as graças de Deus, que são essenciais para a cura.

Um Guia para a Confissão


A seguir, descrevemos os passos para confessar seus pecados ao se aproximar do padre durante a reconciliação.


1.) O SINAL DA CRUZ: Juntos, você e o sacerdote farão o Sinal da Cruz. Você poderá então começar sua confissão com estas ou outras palavras semelhantes: “Abençoe-me, padre, porque pequei. Faz [informe os dias, meses ou anos] desde a minha última confissão.”


2.) CONFISSÃO: Confesse todos os seus pecados ao padre. Se não souber o que dizer, peça ajuda ao padre. Ao terminar, conclua com estas ou palavras semelhantes: “Peço perdão por estes e por todos os meus pecados”.


3.) PENITÊNCIA: O sacerdote lhe dará um ato de penitência. A penitência pode ser uma oração, uma obra de misericórdia ou um ato de caridade. Ele também pode aconselhá-lo sobre como viver melhor uma vida cristã.


4.) ATO DE CONTRIÇÃO: Após o sacerdote lhe conferir a penitência, reze um Ato de Contrição, expressando arrependimento pelos seus pecados e resolvendo não pecar mais. (veja a Oração do Ato de Contrição)


5.) ABSOLVIÇÃO: O sacerdote estenderá as mãos em sua direção e pronunciará as palavras da absolvição. Você responderá: “Amém”.


6.) DESPEDIDA: O sacerdote concluirá o sacramento, geralmente dizendo: “Ide em paz”. Responda: “Graças a Deus”.

A Oração do Ato de Contrição


Ó meu Deus, eu me arrependo profundamente de ter-Te ofendido e detesto todos os meus pecados por causa do Teu justo castigo, mas sobretudo porque Te ofendi, meu Deus, que és todo bondade e merecedor de todo o meu amor. Proponho firmemente, com a ajuda da Tua graça, não pecar mais e evitar as ocasiões próximas de pecado.


Amém.

Quais são os efeitos deste Sacramento?


"Todo o poder do sacramento da Penitência consiste em nos restaurar à graça de Deus e nos unir a Ele em uma amizade íntima."


A reconciliação com Deus é, portanto, o propósito e o efeito deste sacramento. Para aqueles que recebem o sacramento da Penitência com coração contrito e disposição religiosa, a reconciliação é geralmente seguida de paz e serenidade de consciência, com forte consolação espiritual. De fato, o sacramento da Reconciliação com Deus opera uma verdadeira "ressurreição espiritual", a restauração da dignidade e das bênçãos da vida dos filhos de Deus, das quais a mais preciosa é a amizade com Deus. Este sacramento nos reconcilia com a Igreja. O pecado danifica ou mesmo rompe a comunhão fraterna. O sacramento da Penitência a repara ou restaura. Nesse sentido, ele não apenas cura aquele que é restaurado à comunhão eclesial, mas também tem um efeito revitalizador na vida da Igreja que sofreu com o pecado de um de seus membros. Reestabelecido ou fortalecido na comunhão dos santos, o pecador se torna mais forte pela troca de bens espirituais entre todos os membros vivos do Corpo de Cristo, estejam eles ainda em peregrinação ou já na pátria celeste. - Catecismo da Igreja Católica, n.º 15-16. 1468, 1469

Neste Sacramento, o penitente recebe o julgamento misericordioso de Deus e inicia o caminho da conversão que o conduz à vida futura com Deus. A Igreja também recomenda que a pessoa se confesse regularmente, mesmo que apenas por pecados veniais. Isso porque “a confissão regular dos nossos pecados veniais nos ajuda a formar a nossa consciência, a combater as más tendências, a deixar-nos curar por Cristo e a progredir na vida do Espírito” (CIC, n. 1458).


-Catecismo Católico dos Estados Unidos para Adultos

Se dissermos: “Não temos pecado”, enganamo-nos a nós mesmos, e a verdade não está em nós. Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça.

1 João 1:8-9

Em nossas igrejas, contemplamos Jesus pregado na cruz, uma imagem que nos lembra de seu doloroso sacrifício para nos trazer o perdão de todos os nossos pecados e culpas. Se não houvesse pecado, Jesus não teria sofrido por nossa redenção. Cada vez que vemos o crucifixo, podemos refletir sobre a infinita misericórdia de Deus, que nos salva por meio do ato reconciliador de Jesus. Apesar dos esforços da sociedade para minimizar a realidade do pecado, existe um reconhecimento instintivo de sua existência. As crianças geralmente sabem, mesmo sem serem informadas, quando fizeram algo moralmente errado. Os adultos admitem prontamente a maldade do terrorismo, da guerra injusta, das mentiras, do tratamento injusto das pessoas e de assuntos semelhantes. A sociedade como um todo também precisa aprender a admitir a maldade do aborto, do suicídio assistido por médico e da obtenção de células-tronco de embriões, o que resulta na morte da vida humana embrionária. Negar o mal nos corrompe espiritual e psicologicamente. Racionalizar nossa própria maldade é ainda mais destrutivo.


-Catecismo Católico dos Estados Unidos para Adultos

A misericórdia é o núcleo central da mensagem do Evangelho; é o próprio nome de Deus, a Face com a qual Ele se revelou na Antiga Aliança e plenamente em Jesus Cristo, a encarnação do Amor criador e redentor. Que este amor misericordioso brilhe também na face da Igreja e se manifeste através dos sacramentos, em particular o da Reconciliação, e nas obras de caridade, tanto comunitárias como individuais. Que tudo o que a Igreja diz e faz manifeste a misericórdia que Deus sente pelo homem.

—Papa Bento XVI, Discurso Rainha do Céu, 30 de março de 2008

Reconhecendo o pecado e louvando a misericórdia de Deus

O Sacramento da Penitência é uma experiência da dádiva da infinita misericórdia de Deus. Ele não apenas nos liberta dos nossos pecados, mas também nos desafia a ter a mesma compaixão e perdão por aqueles que pecam contra nós. Somos libertados para perdoar. Obtemos uma nova compreensão das palavras da Oração de São Francisco: “É perdoando que se é perdoado”. Com a ajuda da graça de Deus, nosso chamado à santidade se tornará mais claro quando recuperarmos a consciência da realidade do pecado e do mal no mundo e em nossas próprias almas. As Escrituras serão de enorme auxílio nesse sentido, pois revelam o pecado e o mal com clareza e sem temor. O realismo bíblico não hesita em pronunciar juízo sobre o bem e o mal que afetam nossas vidas. O Novo Testamento está repleto de chamados à conversão e ao arrependimento, que precisam ser ouvidos em nossa cultura atual.